Cada vez mais, é comum encontrar aposentados que decidem continuar trabalhando por diversos motivos, que podem variar desde a necessidade financeira até o desejo de se manterem ativos, o sentimento de independência ou até mesmo o prazer de contribuir com suas experiências em novos ambientes de trabalho.
Seja qual for o objetivo, é importante que essas pessoas conheçam melhor o mercado atual, as mudanças trazidas pela tecnologia, as tendências que transformam o ambiente corporativo e as possibilidades previstas na legislação.
Você é aposentado ou está planejando se aposentar e continuar ativo no mercado de trabalho? Então aproveite a leitura deste blog e descubra os principais pontos para essa nova jornada. Boa Leitura!
Quem já é aposentado pode trabalhar de carteira assinada?
Essa é uma dúvida muito comum entre aposentados que querem continuar trabalhando enquanto recebem o valor da aposentadoria. E temos uma boa notícia: sim, é possível trabalhar e receber o benefício ao mesmo tempo! Mas atenção: isso se aplica somente a alguns casos, e é importante entender as regras que a legislação brasileira estabelece para cada situação.
Confira a seguir uma explicação simples e rápida sobre cada tipo de aposentadoria e as possibilidades para cada uma delas:
Aposentados por tempo de contribuição ou por idade.
Quem se aposentou por tempo de contribuição ou por idade pode continuar trabalhando de carteira assinada sem que isso afete o recebimento de seus benefícios previdenciários. Isso está previsto no artigo 18 da Lei nº 8.213/91, que assegura que o aposentado mantém o direito ao benefício mesmo após retornar ao mercado de trabalho.
Aposentadoria especial e aposentados por invalidez
No caso da aposentadoria especial e dos aposentados por invalidez, existem restrições que devemos levar em consideração.
O artigo 57 da Lei nº 8.213/91 estabelece que o trabalhador aposentado em condições especiais não pode exercer atividades em ambientes insalubres ou perigosos, sob pena de perder o benefício. Isso ocorre porque a aposentadoria especial foi concedida justamente para proteger o trabalhador desses riscos. Sendo assim, ele pode trabalhar formalmente em funções que não o exponham a condições insalubres ou perigosas sem perder o benefício.
Já para os aposentados por invalidez, a legislação é mais restritiva. O artigo 46 da Lei nº 8.213/91 determina que a aposentadoria por invalidez será cessada quando o beneficiário recuperar a capacidade laborativa e retornar voluntariamente ao trabalho. Sendo assim, não é possível voltar a trabalhar formalmente sem perder os benefícios da aposentadoria.
Quais são os direitos do aposentado que volta a trabalhar?
As normas estão previstas na Lei nº 8.213/91, que regula as aposentadorias e benefícios da Previdência Social. Caso você esteja planejando se aposentar, será importante verificar as condições do seu caso com um advogado especializado ou um consultor previdenciário, caso surjam dúvidas mais específicas.
Em resumo, aposentados podem, sim, trabalhar, desde que respeitem as regras específicas de cada tipo de aposentadoria, sem perder o direito ao benefício.
E tem mais! Mesmo após a aposentadoria, ao retornar ao mercado de trabalho formal, o aposentado deve continuar contribuindo para a Previdência Social (INSS). Essas contribuições são obrigatórias e seguem as mesmas alíquotas aplicáveis aos demais trabalhadores, variando de acordo com a faixa salarial.
É importante destacar que essas contribuições adicionais não resultam em um aumento no valor da aposentadoria já concedida, nem possibilitam a revisão do benefício. Além disso, ao continuar trabalhando, o aposentado mantém todos os direitos trabalhistas previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como férias remuneradas, 13º salário e FGTS.
Leia também: Aposentadoria: Como funciona e quem tem direito?
Por que continuar trabalhando?
Atualmente, no Brasil, o cenário mostra que muitos continuam trabalhando mesmo após conquistarem a aposentadoria. De acordo com um estudo do Serasa de 2024, cerca de 60% dos aposentados permanecem no mercado de trabalho, sendo que 6 em cada 10 entrevistados afirmaram que o valor da aposentadoria não é suficiente para manter seu padrão de vida. Além disso, um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que o número de aposentados no Brasil pode dobrar até 2060, enquanto o número de contribuintes ao INSS tende a diminuir, criando um cenário em que muitos dependem da renda extra proporcionada pelo trabalho.
Com base nisso, podemos destacar alguns dos principais motivos apresentados para se manter ativo no mercado de trabalho. Entre eles estão:
1. Necessidade financeira: Muitas vezes, o valor recebido como aposentadoria não é suficiente para manter o padrão de vida desejado, e continuar trabalhando é uma forma de complementar a renda.
2. Manter-se ativo: Trabalhar ajuda a manter a mente e o corpo ativos, além de promover o bem-estar emocional.
3. Contribuição social: Muitos aposentados sentem prazer em compartilhar suas experiências anteriores e contribuir para o desenvolvimento de novos talentos no mercado de trabalho.
4. Realização pessoal: A busca por novos desafios ou pela realização de sonhos profissionais também é um fator relevante que motiva os aposentados a buscarem um emprego.
Como se inserir no mercado de trabalho atual
Atualização será necessária! Com a constante evolução do mercado de trabalho, é essencial que profissionais 50+ busquem se atualizar para se manterem competitivos e relevantes.
O cenário atual tende à transformação rápida, com novos termos e competências surgindo no ambiente profissional, sendo que muitos deles serão essenciais para o sucesso.
As famosas soft skills, por exemplo, são cada vez mais valorizadas pelas empresas, mas podem ser um conceito novo para muitos. Essas habilidades incluem inteligência emocional, comunicação eficaz e adaptabilidade — competências que não são facilmente ensinadas em cursos tradicionais, mas que fazem toda a diferença no ambiente corporativo.
Leia também: O que são soft skills e hard skills?
Além disso, conhecer novas ferramentas, como Excel, redes sociais e até um pouco de informática, pode ser um diferencial, dependendo da sua área de atuação. E para aqueles que buscam uma atualização mais completa e direcionada à sua carreira, a UEMP – Universidade do Emprego oferece uma plataforma rica em cursos focados na reintegração e atualização no mercado de trabalho. Clique aqui e saiba mais!
Como se destacar no mercado de trabalho mesmo após a aposentadoria
O primeiro passo é investir na atualização do seu currículo e realizar cadastros em sites de emprego, como o BNE! Adicione sempre informações relevantes, destacando suas experiências anteriores e conquistas profissionais que possam agregar valor à vaga para a qual você pretende se candidatar. Lembre-se de enfatizar suas habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de carreira.
Outra estratégia poderosa é o uso de redes de contatos. O networking continua sendo uma das ferramentas mais eficazes para abrir portas no mercado de trabalho. Por isso, mantenha-se ativo em plataformas profissionais, como o LinkedIn, participe de eventos da sua área, e procure se conectar com pessoas que podem indicar oportunidades ou fornecer insights valiosos sobre o setor em que deseja atuar. Não subestime o poder de boas recomendações – elas podem ser um grande diferencial no processo seletivo.
Por fim, dedique-se ao aprendizado contínuo. O mercado valoriza profissionais que estão sempre atualizados e abertos a adquirir novas habilidades, e para os aposentados que buscam novas oportunidades, não será diferente! Ter cursos, certificações e workshops em áreas estratégicas pode ser um divisor de águas para quem deseja se destacar e garantir uma vantagem competitiva em meio a tantos candidatos.
Outras alternativas de trabalho para aposentados
Se o trabalho formal não for uma opção viável para você ou se você ainda não conseguiu uma boa oportunidade para retornar ao mercado de trabalho, há outras alternativas que permitem se manter ativo e produtivo, respeitando as normas legais. Entre elas, o trabalho informal, como a venda de produtos ou serviços, pode ser uma forma de gerar renda, desde que não haja vínculo empregatício formal.
Para quem tem habilidades específicas, atuar como freelancer em áreas como redação, consultoria ou design pode ser uma boa opção.
Além disso, o trabalho temporário, especialmente em períodos de maior demanda ou datas comemorativas, é uma possibilidade que pode ajudar você a conseguir um emprego.
Benefícios de trabalhar após a aposentadoria
Trabalhar após a aposentadoria pode ir muito além da complementação da renda. Essa escolha oferece uma série de benefícios que impactam diretamente na qualidade de vida e no bem-estar do aposentado.
Manter-se ativo reduz os riscos de depressão e isolamento social, que afetam essa parcela da sociedade, além de promover uma interação social ativa, auxiliando na criação de laços e trocas de experiências.
Além disso, ter novos objetivos e desafios pode trazer à tona sonhos esquecidos, que foram deixados de lado por diversos motivos e que podem ser retomados após a aposentadoria, deixando um novo legado.
Leia também: Mais de 60 mil pessoas com mais de 50 anos procuram por uma vaga de emprego, segundo BNE
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